Falar de amor 11










Poeta Rural
Hoje fiquei com vontade de falar,
não de falar por falar,
mas de falar para amar,
falar de amor,
falar de carinho, de paixão,
mas tudo o que pensei, não falei,
e o que falei, nada pensei,
envolvido pelo momento,
teu rosto frente ao meu e eu nada falei
nada fiz, não amei, não a beijei,
apenas te decepcionei.
Talvez pudesse falar do perfume das flores,
Ou quem sabe, falar da beleza do brilho do teu olhar,
Poderia simplesmente dizer que te amava,
Mas, lamento, não o fiz, o medo calou-me, emudeci
E pude ver em teus olhos a decepção...
...de uma esperança atiçada, que agora é rejeitada.
Não. Não há dor mais enfadonha, do quê amar platonicamente,
Sem poder dizer... falar...balbuciar, que te amo, lhe amo,
Ou simplesmente dizer em uma só fala, eu te amo, fica comigo.
Mas o que me impede? Ora como se não sabeis, que outrora fui um apaixonado
Rejeitado pela musa de minha inspiração, abandonado por um amor passional,
Castigado por um sentimento que jurei no passar zelar,
E que agora no peito meu ferido, dilacerado, sinto vontade de abandoná-lo,
Mas o que me impede, é o desejo,
Oh desejo, que golpeias esse peito meu, e me impede de abandonar o teu amor,
Amor teu, meu amor, nosso amor, meu galardão cheio de dor.
Tudo por que não pude falar,
Falar de algo simples que me faz te desejar,
Não como mulher, amante... não, minha musa, não, não,
Apenas queria ousar pedir, que seja a razão do meu viver,
E em duas palavras, dizer que eu te amo,
E em um único movimento, tomá-la nos braços, beijar-te ardentemente...
E seduzir-te e transformar você na minha Vênus de Milo.
Tudo o que tenho que fazer é falar, mas não aprendi a falar de amor,
Tudo o que sei falar, é desculpe mas só sei te amar.